Há mais de 700 anos que a Ceia de São Crispim alimenta os mais desfavorecidos
Talha tem 22 anos, é paquistanês e chegou a Portugal fugido da guerra na Ucrânia. Sentado nos bancos corridos do Albergue da Irmandade de São Crispim e São Cipriano, saudável e bem vestido, destoa dos outros comensais. Há velhos solitários, alcoólicos, toxicodependentes, sem abrigo e famílias inteiras, mãe, avó e crianças, imigrantes que ainda não encontraram rumo.
A Ceia de Natal de São Crispim faz-se desde 1315, há 708 anos. Os voluntários começam a preparar o bacalhau, as couves, as batatas e as rabanadas desde o meio da tarde para que, pelo menos nesta noite, não falte nada na mesa dos mais pobres. “Este ano nota-se que são mais, é já um sinal dos tempos, temos também muitas pessoas que vêm de fora”, diz José Pereira, o juiz da irmandade. [ler mais]