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Escola das Taipas só tem dinheiro para três portáteis e precisa de 150

Secundária de Guimarães é exemplo de uma escola, como muitas a nível nacional, sem equipamentos para todos.

Foto: Global Imagens

A direção da Escola Secundária de Caldas da Taipas, em Guimarães, só vai ter dinheiro para substituir três portáteis dos 150 de que necessita para suprir as necessidades de todos os alunos. Dos 6,5 milhões de euros que o anterior Governo destinou para a compra de computadores, cabe-lhe 1500 euros. Segundo o diretor, Celso Lima, é o suficiente para adquirir três equipamentos. O professor garante que os estudantes não deixam de aprender por causa desta limitação, mas confessa que “é preciso muita ginástica”.

A escola aderiu ao projeto-piloto dos manuais digitais no ano letivo de 2022/23, com as turmas de 11.º ano que, entretanto, transitaram para o 12.º ano já sem livros em papel. Este ano letivo, os novos alunos que entraram para o 10.º ano também abandonaram os manuais em papel. “Foi uma opção estratégica para darmos aos nossos alunos recursos para enfrentarem melhor a vida ativa”, refere Celso Lima. Contudo, a escola tem lutado com problemas para facultar os “kits” de computador aos alunos.

“Logo em julho, fizemos saber à tutela que os computadores dos alunos que terminavam o 12.º ano não chegavam para equipar aqueles que estavam matriculados no 10.º”, aponta. “As avarias acumulam-se e, no fim do ciclo de três anos, não é garantido que o computador ainda vá servir para outro aluno”. Perante as dificuldades, Celso Lima não põe de parte a possibilidade do conselho pedagógico decidir pelo regresso ao papel.

“Os equipamentos são de fraca qualidade, mesmo assim têm reparações caras. Substituir um ecrã custa 150 euros. Além disso, são intervenções demoradas. O aluno fica sem o equipamento durante meses”. E, apesar de, neste momento, terem todos os portáteis reparados e entregues, ainda faltam 150 equipamentos. “Uma situação que afeta um terço dos alunos do ensino profissional”, alerta.

Para Celso Lima, a tutela tem de ter consciência de que está a faltar ao compromisso e avaliar o futuro. “Quando as escolas aderiram a estes projetos, ninguém pensou que o Estado ia falhar no mais básico que são os computadores”, argumenta Hilário Gomes, presidente da associação de pais da escola. “As escolas que procuram ser inovadoras e acompanhar a mudança estão a ser penalizadas”, queixa-se. Hilário Gomes critica a expectativa que o anterior Governo criou de dar computadores a todos. “Os computadores devem ser dados a quem tem insuficiência de recursos”.