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Rui Dias: “Onde há mais cultura há menos campo para as fake news”

Foto: José Luís Ribeiro

Chegou tarde ao jornalismo, depois de uma carreira profissional numa área diferente. Foi fundador, como jornalista, do Mais Guimarães, colabora com o jornal online O Minho e, desde novembro do ano passado, é correspondente em Guimarães do Jornal de Notícias. Pelo caminho fez parte da direção da associação Gabinete de Imprensa. Numa altura em que se assinala o 56.º Dia Mundial das Comunicações Sociais fomos entrevistar o jornalista Rui Dias que lança um olhar maduro sobre a profissão e os seus desafios. Mas com o desassombro de quem acaba de chegar.

Tornaste-te jornalista bem tarde na vida?

É verdade. Quando fiz 40 anos ofereci a mim próprio a oportunidade de ir tirar o curso de Comunicação. Antes, tive um percurso profissional que nada tem que ver com jornalismo. Embora o jornalismo fosse a profissão com que sonhei na minha adolescência, acabei por não ter oportunidade de seguir esse caminho. Quando me perguntam porquê, eu costumo resumir em ‘erros meus, má fortuna amor ardente’ (riso).

Foste estudar, mas depois como é que entraste no mercado de trabalho?

A meritocracia é excessivamente valorizada, o meu caso é prova disso. Não é que eu não faça um bom trabalho, acho que faço! Mas não foi pelo meu bom trabalho que consegui o meu primeiro emprego como jornalista, no Mais Guimarães. A sorte tem um papel decisivo para alcançarmos alguma coisa na vida. Por circunstâncias profissionais conheci o Eliseu Sampaio, na altura em que ele estava a lançar o projeto de um novo semanário local. Apesar de não ter nenhum trabalho para apresentar, na realidade ainda estava a terminar o curso, ele confiou em mim. Fico-lhe eternamente agradecido por isso.

Participaste como fundador nesse projeto?

Sim, foi uma aventura excitante, participei no projeto com o entusiasmo de um miúdo de 10 anos a quem dão a primeira bicicleta. Em dia de fecho, quando havia notícias bombásticas – e houve várias –, chegamos a sair da redação às 6h30, depois de uma jornada de 22 horas. Estava tudo em aberto e foi possível pôr em prática, quase de imediato, o que tinha passado os últimos anos a aprender. [ler mais]

Esta entrevista foi publicada originalmente no semanário “O Conquistador” de 27 de maio de 2022.